Documentário com relatos do grande impacto promovido pelas privatizações dos bens públicos, principalmente nos países endividados, a exemplo da Rússia, Itália e Grécia. Setores como água, transportes e energia são moedas de troca no processo de ajuste das dívidas dos referidos países. Empresas constituídas com dinheiro público são privatizadas a valores irrisórios, sobre forte pressão das grandes corporações, além dos subornos oferecidos a membros de partidos políticos e funcionários do grande escalação dos diversos governos.
O documentário deixa claro e evidente que as privatizações são fruto de manobras construídas ao longo do tempo e que a crise financeira e a “falta” de qualificação dos funcionários públicos são os principais fatores para a consumação das privatizações, conforme relatos dos próprios governos.
Eu penso que o Estado deve ficar afastado da economia e deixar o setor público a frente do comando, mas existem setores importantes, onde requer políticas de controle rígido, evitando assim o monopólio. Transporte, comunicação, água e energia são exemplos claros, apesar de que a energia seja um setor mais complicado para administrar.
As grandes instituições internacionais, os banqueiros, os poderosos credores e o FMI aproveitam-se das dificuldades financeiras dos países devedores e dentro do plano estabelecido por eles para a recuperação da economia local, criam regras para privatizações de setores importantes, bem como transferem para a iniciativa privada grande parte da riqueza financiada com dinheiro público, dinheiro do cidadão.
O berço da democracia é a Grécia, mas nada de democrático viu-se no processo para o reestabelecimento de sua economia. O preço a ser pago será muito representativo. Sua população sentirá ao longo dos anos o elevado valor e interesse das grandes corporações internacionais.
Artur Vieira
