Constantemente somos bombardeados com notícias sobre os piratas da Somália. Como pode um povo tão fragilizado e com barcos em estado precário causar tantos “transtornos” às grandes potências?
Sempre achei estranha esta versão dos fatos. Por conta disso fiz uma pesquisa e encontrei um trabalho jornalístico muito interessante. Fiz um resumo do vídeo, cuja fonte esta abaixo.
Artur Vieira
Somália
A Somália foi colonizada pela Inglaterra e Itália. Sua independência deu-se em 1960, mas o governo democrático durou apenas 09 anos. Em 1969 o ditador Mohamed Siad Barré lança um golpe de Estado e forma um Governo com o apoio incondicional dos Estados Unidos, em troca as grandes companhias petrolíferas americanas instalaram suas bases naquele País.
A Somália ocupa uma posição estratégica para as rotas de transporte marítimo para a Europa e Ásia, mais de 20.000 barcos atravessam suas costas através do Golfo do Aden transportando mais de 10% do comércio mundial, além de grande parte do petróleo oriundo do oriente médio.
No ano de 1988 o movimento nacional somali revolta-se contra a ditadura de Mohamed Siad Barré, culminando em uma guerra civil até o ano de 1991, ano em que o ditador abandonou o poder e fugiu.
Vários grupos de comandos foram formados, mas não existe um governo forte. O resultado é que hoje a Somália tornou-se um local predominantemente marcado pela seca, fome, guerras, corrupção, anarquia e medo. É considerado o País mais violento do mundo.
Como de costume as grandes potências não estão preocupadas com a situação dos nossos irmãos que sofrem por lá. Muito pelo contrário, a situação como esta é mais interessante para países como Estados Unidos, Ásia e União Européia.
Estes países de forma brutal vêm praticando ao longo de anos a pesca ilegal, não declarada e não regulada nas águas territoriais da Somália. Não se trata de uma pesca normal, é uma pesca predatória e capaz de destruir toda a vida marítima existente. A Somália que já sofre com a escassez de alimentos ainda tem subtraído uma elevada quantidade de alimentos por parte dos países desenvolvidos, condenando seu povo ao extermínio. Mais de 800 barcos fazem a pesca nesta zona, gerando lucros na ordem de mais de US$ 450.000.000,00 (quatrocentos e cinqüenta milhões de dólares).
Não fosse apenas este absurdo as nações ricas estão lançando seu lixo nuclear e hospitalar também nas águas Somalis, fato que ocorre há mais de 10 anos. Após o tsunami ocorrido no sudoeste Asiático, vários barris contendo lixo hospitalar e materiais radioativos foram lançados e encontrados nas praias, provocando centenas de mortes na população local, decorrente do contato e também pela transmissão através do ar. Após este incidente constatou-se também nascimentos de crianças com malformação e outras enfermidades.
Também já foi detectado o lançamento de lixo nuclear nas águas da Costa do Marfim, Congo, Nigéria e Benim. Só no ano de 2011 estima-se que 600.000 toneladas de lixo tóxico foram despejadas na continente africano.
Desde 1990 a ONU e várias comunidades internacionais vem recebendo pedidos de ajuda, mas os protestos não são atendidos, inclusive no que diz respeito a forma indiscriminada como a pesca vem sendo desenvolvida, conforme relatórios desenvolvidos pelos próprios representantes da ONU.
Impotentes e sem recursos para defender o seu País, alguns pescadores resolveram arriscar suas vidas em pequenas embarcações, as quais são direcionadas para os grandes navios pesqueiros e também contra os navios que trazem lixo nuclear, uma tentativa arriscada para defender o seu País!
Muitos pescadores uniram-se a grupos armados e estão também buscando uma forma de ganharem dinheiro com pedido de resgate após o seqüestro de membros da tripulação e também dos navios que estão nas águas territoriais do seu País.
Preocupados com a ofensiva e com a quebra dos seus interesses econômicos na região, as grandes nações, notadamente Espanha e França, países com grande frota pesqueiras na zona desenvolveram uma reação militar conjunta, amplamente apoiada pela ONU, que nunca deu “ouvidos” aos constantes pedidos de socorro por parte da Somália. Desta maneira nasce a operação Atalanta. Uma operação envolvendo barcos de guerra, aviões e navios e algo em torno de 1.800 militares, cujo objetivo é destruir toda e qualquer manifestação por parte dos somalis na defesa do seu País. O custo desta operação é de aproximadamente seis milhões de euros mensais.
Estes são os temidos Piratas da Somália que tanto a mídia tem comentado? Com certeza não são piratas! Os verdadeiros piratas nós já conhecemos.
FONTE:
Clique no link (fonte) abaixo para assistir o vídeo com legenda em Portugues
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http://amanhecernovaera.blogspot.com/
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