Astrônomos analisaram terremoto solar mil vezes mais
potente do que o que atingiu o Japão em março de 2011.
A primeira observação de um terremoto solar foi divulgada
nos anos 1990. Assim, foi descoberto que explosões na atmosfera do Sol,
conhecidas como erupções solares, podem produzir ondas sísmicas, à maneira dos
terremotos que atingem o planeta Terra. Agora, um estudo liderado pelo
University College London, na Inglaterra, descobriu um tipo específico de
erupção solar capaz de causar tais abalos.
Os terremotos solares são formados pelo impacto de
poderosos raios de partículas que viajam no interior do Sol. A nova pesquisa –
divulgada nesta sexta-feira durante a conferência National Astronomy Meeting
2012, na cidade britânica de Manchester – mostrou pela primeira vez que
erupções conhecidas como 'ejeções de massa coronal' são capazes de produzir os
tais terremotos no astro.
Os pesquisadores analisaram uma erupção deste tipo
ocorrida em 15 de fevereiro de 2011, por meio de imagens captadas pelo satélite
SOHO, na órbita do Sol. Eles perceberam que um terremoto mil vezes mais potente
do que o que atingiu o Japão há um ano foi desencadeado nas duas extremidades
do campo magnético do Sol. Assim, a equipe constatou que ejeções de massa
coronal podem desempenhar papel importante na geração dos tremores. A ejeção em
questão foi lançada pelo Sistema Solar em direção à Terra a uma velocidade
média de 600 quilômetros por segundo."Terremotos solares foram previstos pela primeira vez em 1972 e têm sido vistos na superfície do Sol como ondulações muito parecidas com aquelas produzidas quando uma pedra é jogada na água", diz Dr. Sergei Zharkov, coordenador do estudo. "No entanto, eles são causados pela liberação súbita de energia abaixo da superfície do Sol, produzindo ondas que viajam em direção à superfície", explica.
Eventos espetaculares como os abalos sísmicos solares estão ajudando os cientistas a entender como a energia é transportada da atmosfera do Sol, passando pela sua superfície até o seu interior. Com a atividade solar aumentando continuamente, podendo chegar a seu auge em 2013, mais terremotos poderão ser observados, ajudando a desvendar os mecanismos que os causam.
Fonte:
Revista Veja
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