Através da vinda de Jesus à Terra, uma semente foi plantada. Foi a semente da energia de Cristo, o Amor Divino Universal. As pessoas foram tocadas ao nível da alma e do coração, e muitas sentiram e reconheceram a divina presença EU SOU e algo profundo se pôs em movimento ao longo do tempo.
Na superfície, ao nível daquilo que pode ser visto e sentido no mundo físico, a sua vinda criou muita comoção. Porém, apesar dos seus esforços em trazer a paz e harmonia entre os homens e reuni-los para o bem comum, não conseguiu passar para todas as pessoas a grandiosidade do Amor de Deus. Houve muitos mal-entendidos e ainda hoje se notam lutas e divisões pelas várias interpretações que se fazem de suas palavras. Muitos não estavam preparados para recebê-las naquele tempo e ainda hoje tal sucede mesmo naqueles que tendo sido tocados interiormente pela sua energia, não puderam verdadeiramente integrá-la ou ajustá-la à sua realidade física e psicológica.
A luz e escuridão fazem parte da mesma fonte que é Deus em tudo e todas as coisas, impulsionando a alma humana no sentido de vivenciar e adquirir experiências na sua própria realidade, crescendo e evoluindo na eternidade. Ela verifica que as duas energias têm interesses opostos, aparentemente antagônicos mas complementares. Quando uma ganha poder, a outra reage como que para se 'defender' ou recuperar equilíbrio e chegam-se muitas vezes aos extremos, havendo sim a necessidade de encontrar o "Caminho do Meio".
A vinda de Jesus a Terra suscitou muita luta e divisão como uma reação contrária à luz que veio difundir o conhecimento que muitos não entenderam. A sua crucificação e a perseguição que fizeram depois aos seus discípulos ou seguidores, os primeiros cristãos, é um exemplo dessa reação da escuridão à luz. Mas os próprios cristãos, os fundadores da Igreja que se criou em seu nome, também não se abstiveram da mesma violência ao procurarem difundir os seus ensinamentos. As cruzadas e a inquisição foram exemplos disso e em nome de Cristo foram cometidas muitas atrocidades e iniqüidades, tanto por cristãos como por não-cristãos.
As divindades das esferas da luz, que decidiram enviar Jesus como um emissário a Terra, estavam conscientes do fato de que sua energia intensa poderia provocar fortes reações na escuridão. Jesus penetrou na realidade da Terra como um cometa. Foi um tipo de medida de emergência que partiu das Altas Esferas do Universo que estavam profundamente interessadas em atuar nos seres humanos a fim de mudar a direção das coisas e interromper os ciclos da ignorância e decadência moral e espiritual que se estava verificando e repetindo na humanidade.
Os resultados foram ambíguos. Por um lado, a luz de Jesus provocou em muitos mais escuridão (como reação contrária). Por outro lado, a semente da consciência crística foi plantada nos corações de inúmeras pessoas e deu fruto, tendo-se despertado muitas almas para a Luz no seio da Terra que trabalhariam para dar início a um Mundo Novo e uma Nova Era.
Na verdade, os trabalhadores da luz são emissários hoje com a mesma missão de Jesus. A diferença é que, na sua encarnação ele esteve mais conectado ao Ser Divino por não estar sujeito às obrigações cármicas e às ilusões do plano da Terra. Jesus não trouxe nenhum peso cármico do passado e, assim se pôde manter mais facilmente em contacto com a sua divindade. Esteve aqui de um modo especial e foi uma presença antecipada do futuro que estava lá e aqui ao mesmo tempo.
Naquele tempo, a consciência dos que trabalhavam na luz, tal como hoje, não era perfeita e onisciente, pois as limitações da mente humana é inerente ao processo de desenvolvimento e compreensão do homem e sua relação com o Universo. Entre os seres humanos, existe uma crença persistente de que tudo é predestinado na vida das pessoas e por trás dessa crença existe a noção de um Deus dominador e castigador que tudo controla, premiando os justos e condenando os injustos. Esta noção é falsa e dá asa a que muitos temam mais o Senhor da Vida do que amá-lo verdadeiramente e/ou se façam bons por mero calculismo, interesseirismo ou egoísmo, visando à recompensa de um ‘céu’ e não caiam nas chamas de algum ‘inferno’.
A vinda de Jesus a Terra tinha outros sentidos que não esses e baseou-se numa decisão tomada pelas Esferas da Luz a fim de libertar do erro e da ignorância todos os que sendo tocados ou inspirados pela verdade e o amor de Cristo construíssem um mundo melhor.
Jesus fazia parte, como outros trabalhadores da luz hoje, do mesmo Reino de Deus que ele anunciou aos homens, sabendo que sua missão envolvia riscos e tinha um resultado imprevisível. Aceitou-a e cumpriu sem desvios e sintonizou, sobretudo aquela energia cósmica que flui e tudo une no mesmo espírito desde o princípio dos tempos, trazendo paz e luz à humanidade que quando é sentida ou sintonizada liberta de todos os males e sofrimentos
A difusão da energia crística na Terra tem de ser hoje cada vez mais um esforço coletivo para que todos vivam na luz duma nova realidade nestes “tempos difíceis” que atravessamos para o surgimento duma nova humanidade.
A mensagem de Cristo está presente em muitos seres humanos como uma semente que já deu muitos e bons frutos, cabendo agora reparti-los de igual modo por todos sem forçar a uma ingestão obrigatória e sim apenas de modo a que cada um prove e assimile aquilo que dará novas forças e energias aos que estão sequiosos há muito tempo, pelo despertamento interior que se iluminará na chama viva da verdade e no amor.
(Texto com base no original de Pamela Kribbe, do site http://www.jeshua.net/, traduzido por Vera Corrêa, adaptado por Rui Palmela e corrigido por Artur Vieira)
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