Sou daquele tempo em que muitos diziam que só fariam esta ou àquela coisa se japonês jogasse bola, pois é, o japonês hoje sabe jogar e muitos dos nossos craques são direcionados para o mercado oriental em busca de dólares, mas isso não vem ao caso. O que desejo de fato chamar a atenção de todos é o fato que a vida é realmente uma roda, podemos estar hoje na parte de cima de sua circunferência e amanha na parte inferior, e assim vamos aprendendo a viver dia após dia em nossa senda terrestre.
Era comum ouvirmos pessoas e mais pessoas dizendo que iriam trabalhar no exterior, fazer seu pé de meia e depois retornar ao Brasil com o bolso cheio de grana, mas a realidade que vivenciamos hoje retrata exatamente o verdadeiro sentido da roda da vida ou roda da “fortuna”. Os Estados Unidos foram “agraciados” com a “explosão” da bolsa imobiliária, o resultado foi devastador e a quebradeira generalizada. O quarto maior banco de investimentos americano o Lehman Brothers sucumbiu e muitos que acreditaram nas “promessas” do mega investidor Raj Rajaratnam quebraram a cara. As agências qualificadoras de riscos demonstraram que não são tão qualificadas, é o caso da agência que avaliava o risco do Lehman Brothers. Só para ter idéia a classificação do referido banco era um tripulo A, ou seja; a melhor classificação de risco possível, o fato é que esta nota era exatamente às vésperas de sua quebradeira. A Grécia já estava praticamente com a corda no pescoço e sua avaliação era superior a do Brasil, que hoje tem conceito igual a Baa2. Lembro apenas que Portugal, Espanha e Itália estão em termos de avaliação 03 casas acima do Brasil, como pode ser? Estranho não? Países como México, Azerbaijão e Botswana tem avaliações acima do Brasil, então como é que nós estamos tão bem vistos para o resto do mundo?
Voltando a bola da vez ou a roda da vida ou a roda da fortuna podemos definir que o dinheiro apenas muda de lugar, sai de uma mão e vai para a outra. O que o cenário quer dizer é que os ventos “sopram” para o lado brasileiro, mas a situação global é de fato crítica. O dinheiro muda de um para o outro, mas as grandes fortunas são concentradas e a elite mundial define esse ou àquele País tido como a bola da vez. O dinheiro dos grandes “aplicadores” é volátil e em economias como a nossa os mecanismos para combater essa volatilidade ainda caminha lentamente.
A crise financeira mundial é gravíssima, mas a imprensa, notadamente por fazer parte do esquema da 3D não divulga exatamente o que deveria ser divulgado. A Grécia esta falida, Portugal com a corda no pescoço, Espanha e Itália em cima do muro. Os bancos franceses e britânicos com ativos podres, oriundos de investimentos na economia americana e por conta de empréstimos aos Países endividados. O FMI aprovou um empréstimo bilionário para “salvar” a economia da Grécia. O resultado deste pleito foi uma manifestação violenta deflagrada na cidade de Atenas por conta das inúmeras exigências por parte do FMI para conceder o referido empréstimo. Corte de gastos públicos, redução nos investimentos, elevação dos impostos, entre outros.
Não só o dinheiro muda de lugar, mas também as crises financeiras. No passado as crises eram registradas notadamente em Países do 3º mundo e o fato para os Países do bloco capitalista não incomodava tanto. Com a globalização os coisas tomaram um novo rumo e as crises também mudaram de lugar. Estão aparecendo em Países do 1º mundo, evidenciando assim a grave crise financeira por qual vem passando o nosso planeta.
Se voltarmos ao passado encontraremos em nossa história passagens importantes sobre a pungência do império romano, a força na navegação Espanhola e Portuguesa, entre outros que um dia puderam “mandar” no mundo. Quem em sã consciência poderia imaginar as dificuldades por qual passaria o governo americano, ou quem poderia acreditar que um presidente negro seria eleito em tal País , principalmente se levarmos em consideração o poder exercido pelos “brancos”. Martin Luther King se vivo fosse provavelmente não imaginaria tal feito, mas a roda da vida gira e gira sem parar...
Nosso universo vive em constante movimento, e como tal, nos possibilita entrarmos em várias rodas da vida. Se tivermos ligados ou antenados e despertos para os movimentos da vida poderemos evitar algumas aflições no decorrer da nossa jornada por este planeta.
Os movimentos cíclicos, ao meu modo de ver, são de fato pontos de correções criados pelo universo ou por DEUS para colocar em ordem todas as coisas. A carta do tarô Arcano Dez (Roda da Fortuna) significa as mudanças do universo e nossa capacidade de passar por tais mudanças e isso implica em estarmos despertos para a vida, nos desgarrar da manada, do rebanho ao qual muitos fazem parte.
Mas você pode me perguntar o que tudo isso tem haver com a crise financeira? Tudo, pois estou falando da crise para provar que as coisas mudam e devemos estar preparados para as mudanças que a vida requer, muitas delas por opção própria, outra por imposição do “destino”. O fato concreto é que vivemos em um mundo do “TER” e não do “SER”. Desejamos a melhor casa, o melhor carro, o melhor emprego, a melhor roupa, o melhor celular, o melhor tudo e tudo...
A densidade da vida em 3D e a pressão exercida pela “MATRIX” tirou dos homens o foco da vida. A missão da Matrix é manter a venda sobre os olhos da humanidade e a escuridão total, pois assim o circo da vida estaria repleto de marionetes. Este jogo poderia ser virado com o despertar da humanidade. Ocorre que ao meu modo de ver o tempo conspira contra todas às possibilidades de mudanças no cenário, o que significa dizer que fatalmente seremos jogados na roda da vida e através dos movimentos cíclicos do universo entraremos em um processo de seleção compulsória. Através deste processo seremos agraciados com a nossa evolução / transmutação ou seremos reprovados na universidade da vida, fato que obstruirá nosso desenvolvimento, obrigando-nos assim a repetir mais um ano. E você, esta preparado? Pense e reflita!
Artur Vieira
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